sabe quando você descobre que aquela pessoa é "destinada" a você? sabe quando você descobre isso tarde demais? quando aquela pessoa já partiu. mas ainda insisti em permanecer. e você se dá conta que amores novos, ares novos, nada e nada vai te fazer esquecer a pessoa "destinada". e uma foto ou uma lembraça te faz reviver tudo tão rápido, sentimentos que querem re-brotar. mas você só pode recolher tudo e guardar no bolso e tentar seguir adiante. ou não.

É como se nós dois estivessemos num barco afundando: você deixando se afogar cada vez mais na profundeza azul, e eu tentando com todas as forças - mesmo sendo essas quase inexistentes - salvar-me, pegar meu remo e seguir rio acima. Mas você ao invés disso, quer me submergir também. Sugar minhas forças e tentativas para afundarmos juntos. Mas não, não adianta tentar meu bem. Eu já estou chegando ao meu porto! E você... você está cada vez perdido na imensidão.

Esse é o problema de se sentir vazio constantemente, a angústia. Dessa angústia você vive e dela você morre. E é isso que sempre me acontece. Necessito de minhas emoções para que eu não me sinta outra pessoa. Necessito de todo esse tormento que me envolve para que me sinta forte. E sem isso, não me reconheço. Todo esse vazio me faz querer algo para me preencher. Nunca acho algo que sirva. Tudo é momentâneo, inconstante. Ou eu sou a inconstância em pessoa. Não quero, nem penso mais no desejo antigo. É sempre algo novo que quer morar morar em mim. E dessa sedenta sede por algo novo, nunca me satisfaço, nunca me sinto pleno e completo. Há grandes buracos de vazio em mim que nem mesmo o maior dos sentimento, que todos conhecem como 'amor' poderia tampá-los. Se eu ganho desse amor, é inútil. Logo sinto que não o mereço e o evito, fujo, corro para o mais longe possível. E me mostro imbatível a ele. Ele é um veneno. Veneno cego que cega a quem dele usar. E quem o mantém consigo não pode compreender o que digo. Não, você não! Você já está envenenado por esse sentimento contagiante que é o amor.